Vergonha, vergonha, vergonha! Eis a palavra mais anunciada quando o assunto é gravar vídeos! Seja para o Youtube, para Stories do Instagram, IGTV e, às vezes, até para um simples Boomerang muitas pessoas não querem nem saber da ideia de ficar em frente das câmeras. E tá tudo bem! Parem de se achar péssimas, ou de pensar que já deveriam estar gravando como a Fátima Bernardes! Calma esse coração e vamos conversar.

Ficar olhando para uma câmera e conversando, para uma grande parte das pessoas, não é uma coisa natural de cara. É estranho, intimida, a gente se sente esquisita, bate um nervoso, a voz treme e a gente trava. 

Todas as vezes que eu paro para assistir aos meus primeiros vídeos eu penso: Je-sus! Por mais que eu sempre tenha gostado das câmeras eu não tinha a menor ideia do que eu estava fazendo, estava apenas lá…falando. Na verdade, admiro a jovem Fernanda cheia de coragem. Me lembro dos elogios, mas as críticas ainda ecoam de vez em quando. Foram duras para uma jovem jornalista apaixonada por televisão. A voz tava trêmula, a entonação tava fraca e ainda encarei a boa e velha televisão abalada com meus amados quilos extras. 

Isso tudo me fez mais crítica na produção de vídeos, mas também mais convicta de que tudo pode ser aprendido. Do tom da voz a postura. Do ritmo a memorização. Só tem uma coisa que não dá pra mudar, e sobre isso eu vou falar mais na lista abaixo.

Dica 1 – Praticar + praticar.

É sério. Tudo é uma questão de prática. Se você está em busca de um vídeo de qualidade a única forma de evoluir na sua produção é praticando. Senta na frente do espelho e fala, conversa, gesticula, faz pausa e começa tudo de novo. Faz texto memorizado, texto improvisado e até simula uma entrevista. Praticar vai te deixar mais a vontade de conversar com você mesma olhando para uma câmera.

Dica 2 – Grave a sua prática

Você pode gravar vídeos e às vezes apenas áudio. O importante é que você possa ter acesso ao que você venha praticando não apenas para estudar as partes que você não gosta, mas também para acompanhar a sua evolução.

Dica 3 – Tenha referências

Faça uma seleção de pessoas que você admira em frente as câmeras. Analise o tom de voz, o ritmo da fala, as pausas, se o conteúdo é lido, memorizado ou improvisado. Observe os pontos que você gosta, tome nota e assista o mesmo vídeo mais de uma vez. Ter boas referências te ajuda na criatividade e desenvoltura quando estiver gravando. 

Dica 4 – Aqueça a voz e os músculos faciais

Parece bobagem, mas não é. É fundamental você aquecer as suas cordas vocais antes de gravar. Dessa forma, o som da sua voz fica mais empossado e você diminui o risco de perder a voz após muitas gravações ou repetições. Além disso, faça exercícios de movimentação dos músculos da face, para que você tenha mais facilidade na pronúncia das palavras. Outra dica é fazer alguns trava línguas para que o seu conteúdo flua melhor no ritmo que você escolher.

Dica 5 – Estude o conteúdo e improvise o máximo possível

Não decore o que você quer dizer no seu vídeo. Assimile o conteúdo e faça um mapa mental com palavras-chaves. Treine antes de gravar e não tente gravar tudo de uma vez só. Grave trechos curtos, dessa forma, caso você erre alguma parte, não precisa gravar desde o início. E é claro, se você tem um aplicativo de tele-prompter (TP), eu acho uma ferramenta ótima. Mas até para ler um TP você precisa praticar para que pareça o mais natural possível. Ninguém gosta de assistir à um vídeo em que dá para ver que a pessoa está lendo. 

Dica 6 – Tenha um roteiro

Faça um planejamento antes de começar a gravar. Fazer vídeos pode ser um processo trabalhoso, então quanto mais organizado você tiver o conteúdo e a ordem da gravação, melhor! O roteiro também te dá mais segurança na hora de gravar, pois você sabe exatamente quais são os seus próximos passos, evitando nervosismo e frustração. Toda essa organização também vai facilitar na hora da edição.

Dica 7 – Personalidade

O melhor vídeo sempre será aquele que tem o seu estilo, ritmo e personalidade. Não adianta querer ser engraçadinha, se o seu estilo é mais sério. Não adianta querer ser sério, se você é mais engraçadinho. Use roupas que você se sinta confortável, gesticule como você geralmente faz quando está falando. Não tente se enquadrar num estilo que não é seu.

Dica 8 – Escute as críticas construtivas, ignore todo o resto

Como eu falei antes, algumas críticas que eu recebi nas minhas primeiras reportagens ecoam até hoje na minha cabeça. E não deveriam. Elas não contribuíram para o meu crescimento como repórter, apenas me deixaram insegura e nervosa. Por outro lado, tive pessoas que confiaram no me trabalho, me deram dicas e técnicas super generosas e acreditaram na minha evolução. Mas confesso, ninguém acreditou mais em mim do que eu mesma. Eu sabia onde eu precisava melhorar, o que eu precisava praticar, me assisti mil vezes e me dediquei a todos os processos da gravação. É um processo de aprendizado continuo e de eterna evolução.

A prática é a maior inimiga da vergonha. E confesso que a autoconfiança também tem um papel importante nessa história em frente as câmeras. Por isso, insira essa ideia nas suas tarefas do dia-a-dia, comece gravando algo curto e simples e imagine que você está falando com apenas uma pessoa. O importante é começar e acreditar que a evolução só acontece praticando.